User:Diego junior rheinheimer.
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No seu sentido mais amplo, ciência (do Latim scientia, significando "conhecimento") refere-se a qualquer conhecimento ou prática sistemático. Num sentido mais restrito, ciência refere-se a um sistema de adquirir conhecimento baseado no método científico, assim como ao corpo organizado de conhecimento conseguido através de tal pesquisa.[1] Este artigo foca o sentido mais restrito da palavra. A ciência tal como é discutida neste artigo é muitas vezes referida como ciência experimental para diferencia-la da ciência aplicada, que é a aplicação da pesquisa científica a necessidades humanas específicas, embora as duas estejam regularmente interconectadas.
A ciência é o esforço para descobrir e aumentar o conhecimento humano de como a realidade funciona.
Ciência refere-se tanto a:
Investigação racional ou estudo da natureza, direccionado à descoberta da verdade. Tal investigação é normalmente metódica, ou de acordo com o método científico – um processo de avaliar o conhecimento empírico; O corpo organizado de conhecimentos adquiridos por estudos e pesquisas. A Ciência é o conhecimento ou um sistema de conhecimentos que abarca verdades gerais ou a operação de leis gerais especialmente obtidas e testadas através do método científico.
Índice 1 Etimologia 1.1 Definição larga 1.2 Definição restrita 1.3 Pluralismo de definições 2 Definição 2.1 Empirismo 2.2 Realismo científico 3 História 3.1 Surgimento da Ciência 3.1.1 Da Escolástica à Renascença 3.1.2 Matemática e Lógica não são ciências 3.2 Pilares do pensamento cientifico 4 Método científico 4.1 Matemática e o método científico 5 Objetivos 6 Filosofia da ciência 7 Classificações 7.1 Ciências factuais e formais, e ciências naturais e sociais 7.2 Ciências puras e aplicadas 7.3 Ciências exatas e inexatas 7.4 Ciências duras e moles 7.5 Ciências nomotéticas e ideográficas 7.6 Campos interdisciplinares 8 Comunidade científica 8.1 Instituições 8.2 Literatura 9 Ciência e sociedade 9.1 Ciência e pseudociências 9.2 Ciência ou técnica? 9.3 Artes e ciência 9.4 Cientificismo ou religião da ciência 9.5 Vulgarização científica 9.6 Ciências ao serviço da ideologia e da guerra 9.7 Ciência e religião 9.8 Uso e influência na sociedade 10 Críticas e polêmicas 10.1 Pseudociência, Ciência das fronteiras, e Ciência lixo 10.2 Mídia e debate científico 10.3 Política 10.4 Críticas filosóficas 11 Referências 11.1 Notas 11.2 Bibligráficas 12 Ver também 13 Ligações externas
Etimologia
A etimologia da palavra ciência vem do latim scientia ("conhecimento"), o mesmo do verbo scire ("saber") que designa a origem da faculdade mental do conhecimento.[2] Esta acepção do termo se encontra, por exemplo, na expressão de François Rabelais: "Ciência sem consciência arruina a alma". Ele se referia assim a uma noção filosófica (o conhecimento puro, a acepção " de saber"), que em seguida se tornou uma noção religiosa, sob a influência do cristianismo. "A ciência instruída" referia-se então ao conhecimento dos religiosos, da exegese e das escritas, parafraseando para a Teologia, primeira ciência instituída. A raiz "ciência" reencontra-se em outros termos tais como "a consciência" (etimologicamente, "com o conhecimento"), "presciencia" ("o conhecimento do futuro"), "omnisciencia" ("o conhecimento de todo"), por exemplo.
Definição larga
A palavra ciência possui vários sentidos, abrangendo principalmente três acepções:[3]
1.Saber, conhecimento de certas coisas que servem à condução da vida ou à dos negócios. 2.Conjunto dos conhecimentos adquiridos pelo estudo ou pela prática. 3.Hierarquização, organização e síntese dos conhecimentos através de princípios gerais (teorias, leis, etc.). [editar] Definição restrita Segundo Michel Blay,[4] a ciência é "o conhecimento claro e evidente de algo, fundado quer sobre princípios evidentes e demonstrações, quer sobre raciocínios experimentais, ou ainda sobre a análise das sociedades e dos fatos humanos." Esta definição permite distinguir os três tipos de ciência: as ciências formais, compreendendo a Matemática e as ciências matemáticas como a física teórica; as ciências físico-químicas e experimentais (ciências da natureza e da matéria, biologia, medicina); as ciências sociais, que se referem ao homem, a sua história, o seu comportamento, a língua, o social, o psicológico, a política. No entanto, os seus limites são leves; em outras palavras, não existe categorização sistemática dos tipos de ciência, o que constitui além disso um questionamento epistemológico.
Pluralismo de definições
A palavra ciência, no seu sentido estrito, se opõe à opinião (doxa em grego), e ao dogma, afirmação por natureza arbitrária. No entanto a relação entre a opinião de um lado e a ciência do outro, não é também sistemático; o historiador das ciências Pedra Duhem pensa com efeito que a ciência é a âncora no sentido comum, que deve salvar as aparências.
O discurso científico se opõe à superstição e ao obscurantismo. Contudo, a opinião pode transformar-se num objeto de ciência, ou mesmo uma disciplina científica à parte. A Sociologia das ciências analisa esta articulação entre ciência e opinião; os seus relatórios são mais complexos e mais tênues, como Gaston Bachelard explica que "a opinião pensa mal, não pensa".[5] Na linguagem comum, a ciência se opõe à crença, por extensão as ciências frequentemente são consideradas como contrárias às religiões. Esta consideração é contudo frequentemente mais usada por cientistas que religiosos.[nota 1][nota 2]
A ideia de uma produção de conhecimento é problemática; vários dos domínios reconhecidos como científicos não têm por objetivo a produção de conhecimentos, mas a de instrumentos, máquinas, de dispositivos técnicos. Terry Shinn assim propôs a noção de "investigação técnico-instrumental".[6] Os seus trabalhos com Bernward Joerges a propósito da instrumentação[7] assim permitiram destacar que o critério científico não é atribuído unicamente às ciências do conhecimento.
A palavra ciência definida no século XX e XXI é a da instituição da ciência, ou seja, o conjunto das comunidades científicas que trabalham para melhorar o saber humano e a tecnologia, na sua dimensão internacional, metodológica, ética e política. Fala-se então da ciência.
A noção, no entanto, não possui definição consensual. Segundo o epistemologista André Pichot, é "utópico querer dar uma definição a priori da ciência". O historiador das ciências Robert Nadeau explica, por seu lado, que é "impossível passar aqui em revista o conjunto dos critérios de demarcação propostos desde cem anos pelos epistemologistas, [e que] pode-se aparentemente formular um critério que exclui qualquer coisa que se queira excluir, e conserva qualquer coisa que se queira conservar."[8] O físico e filósofo das ciências Léna Soler, no seu manual de epistemologia, começa igualmente por sublinhar pelos limites da operação de definição.[9] Os dicionários propõem certamente algumas definições. Mas, como recorda Léna Soler, estas definições não são satisfatórias. As noções de universalidade, de objetividade ou de método científico (sobretudo quando este último é concebido como a uma única noção em vigor) é objeto de numerosas controvérsias para que possam constituir o pedestal de uma definição aceitável. É necessário, por conseguinte, ter em conta estas dificuldades para descrever a ciência. E esta descrição continua a ser possível tolerando certa vaporosidade epistemológicas.
Definição
Personificação da "Ciência" em frente a Biblioteca Pública de Boston.[editar] Empirismo De acordo com o empirismo, as teorias científicas são objetivas, empiricamente testáveis e preditivas — elas predizem resultados empíricos que podem ser verificados e possivelmente contraditos.
Mesmo na tradição empírica, há que criar o devido cuidado para compreender que "predição" refere-se ao surgimento de um experimento ou estudo, mais do que literalmente predizer o futuro. Por exemplo, dizer "um paleontólogo pode fazer predições a respeito do achado de um determinado tipo de dinossauro" é consistente com o uso empírico da predição. Por outro lado, as ciências como a geologia ou meteorologia não precisam ser capazes de fazer predições acuradas sobre terremotos ou sobre o clima para serem qualificadas como ciência. O filósofo empírico, Karl Popper também argumentou que determinada verificação é impossível e que a hipótese científica pode ser apenas falseável (falseabilidade).
O Positivismo, uma forma de empirismo, defende a utilização da ciência, tal como é definida pelo empirismo, a fim de governar as relações humanas. Em conseqüência à sua afiliação próxima, os termos "positivismo" e "empirismo" são geralmente usados intercambialmente. Ambos têm sido objetos de críticas.
Realismo científico
Em contraste, o realismo científico define ciência em termos da ontologia: a ciência se esforça em identificar fenômenos no meio, seus poderes causais e os mecanismos através dos quais eles exercem esses poderes e as fontes de tais poderes em termos da estrutura das coisas ou natureza interna.
Quine demonstrou a impossibilidade de existir uma linguagem de observação independente da teoria, o que torna o conceito de testar teorias com fatos.
As observações são sempre carregadas de teorias. Thomas Kuhn argumentou que a ciência sempre envolve "paradigmas," grupos de regras, práticas, premissas (geralmente sem precedentes) e tais transições, de um paradigma para outro, geralmente não envolvem verificação ou falseabilidade de teorias científicas. Além disso, ele argumentou que a ciência não procedeu historicamente com a acumulação constante de fatos, como o modelo empirista expressa.
História Ver artigos principais: História da ciência e Revolução científica.. Enquanto a investigação empírica do mundo natural tem sido descrita desde a antiguidade (por exemplo, por Aristóteles, Teofrasto e Caio Plínio Segundo), e o método científico tenha sido usado desde a Idade Média (por exemplo, por Ibn al-Haytham, Abu Rayhan Biruni e Roger Bacon), o surgimento da ciência moderna é normalmente traçado até o início da Idade Moderna, durante o que ficou conhecido como Revolução Científica dos séculos XVI e XVII. Essa foi uma época coincidindo com o final da Idade Média e através da Renascença, quando as ideias científicas em física, astronomia, e biologia evoluiram rapidamente.[10]
Surgimento da Ciência
O pensamento científico surgiu na Grécia Antiga com os pensadores pré-socráticos que foram chamados de Filósofos da Natureza e também Pré-cientistas. Nesse período a sociedade ocidental, saiu de uma forma de pensamento baseada em mitos e dogmas, para entrar no pensamento científico baseado no Ceticismo.
O pensamento dogmático coloca as ideias como sendo superiores ao que se observa. O Pensamento Cético coloca o que é observado como sendo superior às ideias. Por mais que se observe fatos que destruam o dogma, uma pessoa com pensamento dogmático preservará o seu dogma. Para a ciência uma teoria é uma ideia, mas se observarmos fatos que comprovem a falsidade da ideia, o cientista tem a obrigação de destruir ou modificar a teoria.
Na época de Sócrates e seu contemporâneos, o pensamento científico se consolidou, principalmente com o surgimento do conceito de prova científica, ou repetição do fato observado na natureza.
Tanto as religiões como a ciência tentam descrever a natureza. A diferença está na forma de pensar. O cientista não aceita descrever o natural com o sobrenatural, para ele é necessária a observação de provas que eventualmente destroem as ideias. Para um cientista a ciência é uma só, pois a natureza é apenas uma. Sendo assim, as ideias da física devem complementar as ideias da química, da paleontologia, geografia e assim por diante. Embora a ciência seja dividida em áreas, para facilitar o estudo, ela ainda continua sendo apenas uma.
Da Escolástica à Renascença
Durante a Idade Média, os filósofos escolásticos criaram uma visão dogmática de ciência que ainda hoje pode ser encontrada em alguns livros e enciclopédias. Estes pensadores não admitiam o uso da matemática, aceitavam somente a dialética e a lógica aristotélica como formas de análise científica. O resultado disso é que nada de científico foi produzido durante a Idade Média.
Na Renascença, os pensadores retomaram o pensamento científico pré-socrático, usando a matemática como forma de análise científica. Galileu Galilei e Descartes são exemplos. Após a retomada do pensamento científico pré-socrático, voltou-se a evoluir cientificamente.
Matemática e Lógica não são ciências
Já na Grécia Antiga, os filósofos pré-socráticos, discutiam se iriam atingir a verdade através das palavras ou dos números. Os sofistas, defendiam que iriam atingir a verdade através das palavras. Os pitagóricos, seguidores de Pitágoras, defendiam que atingiriam a verdade através dos números.
Aristóteles, um sofista, criou o pensamento lógico dedutivo. Na Idade Média, o pensamento lógico dedutivo foi usado abundantemente pelos filósofos escolásticos e o resultado foi um total vazio científico durante essa época. Francis Bacon, na Renascença, afirmava que A lógica de Aristóteles é ótima para criar brigas e contendas, mas totalmente incapaz de produzir algo de útil para a humanidade.
Sócrates, Platão e Demócrito, que eram pitagóricos, defendiam que somente a Matemática traz clareza ao pensamento.
O pensamento lógico já se demonstrou ineficiente para criação de teorias científicas e para descrever a natureza. René Descartes, já afirmava que: Matemática é uma ferramenta para se fazer ciência, mas não é uma ciência.
Isso ocorre, pois palavras e números não existem na natureza, portanto não são ciência. Mas, a matemática já se mostrou ótima ferramenta para o estudo e formulação de teorias científicas.
Pilares do pensamento cientifico
1.O principal objetivo da ciência é descrever a natureza. 2.Principio do Uno, ou seja, a ciência é única, pois a natureza é uma só. 3.Basta que apenas um fato novo seja observado e comprovado para que a ideia teórica seja modificada ou destruída. 4.Nunca usar o sobrenatural e metafísico para descrever a natureza.
Método científico
O modelo de Bohr do átomo, como muitas ideias na história da ciência, foi primeiramente assistido e depois parcialmente desaprovado pela experimentação. O modelo de Watson e Crick para a estrutura do DNA.Os termos "modelo", "hipótese", "lei" e "teoria" têm significados diferentes em ciência e na linguagem coloquial. Os cientistas usam o termo modelo significando a descrição de algo, especificamente algo que possa ser usado para fazer predições que possam ser testadas por experimento ou observação. Uma hipótese é uma contenção que (ainda) não foi bem embasada nem provada através de experimento. Uma lei física ou uma lei da natureza é uma generalização científica baseada em observações empíricas.
A palavra teoria é mal entendida particularmente pelos não profissionais. O uso comum da palavra "teoria" refere-se a ideias que não possuem provas firmes ou base; diferentemente, os cientístas geralmente usam essa palavra para referirem-se aos corpos de ideias que fazem predições específicas. A teoria da gravitação universal de Newton é um corpo de ideias que permite ao cientista explicar por que uma maçã cai e fazer predições sobre outros objetos que caem.
Uma teoria especialmente frutífera que tem sobrevivido ao teste do tempo e tem uma grande quantidade de evidências apoiando-na é considerada como "provada" no sentido científico. Alguns modelos universalmente aceitos tais como a teoria heliocêntrica e a teoria atômica estão tão bem estabelecidas que é impossível imaginá-las como sendo falsas. Outras, tais como a relatividade, o eletromagnetismo e a evolução biológica têm sobrevivido a testes empíricos rigorosos sem serem contraditos, mas não há garantia de que elas não serão um dia suplantadas. Teorias mais recentes tais como a teoria da rede podem fornecer ideias promissoras, mas ainda não receberam o mesmo nível de exame.
Os cientistas nunca falam em conhecimento absoluto. Diferentemente da prova matemática, uma teoria científica "provada" está sempre aberta à falseabilidade se novas evidências forem apresentadas. Até as teorias mais básicas e fundamentais podem tornar-se imperfeitas se novas observações estiverem inconsistentes a elas.
A lei da gravitação de Newton é um famoso exemplo de uma lei a qual não pôde ser sustentada em experimentos envolvendo movimentos em velocidades próximas à da luz ou em proximidade a campos gravitacionais fortes. Fora dessas condições, as Leis de Newton continuam sendo um excelente modelo de movimento e gravidade. Por causa das bases da relatividade geral para todos os fenômenos das Leis de Newton e outros, a relatividade geral é agora vista como a melhor teoria.
matemática e o método científico
Dados da famosa Experiência de Michelson-Morley.A Matemática é essencial para muitas ciências. A função mais importante da Matemática na ciência é o papel que ela possui na expressão de modelos científicos. Medidas de coleta e observação, bem como hipotetizar e prever, geralmente requerem modelos matemáticos e um extensivo uso da Matemática. Os ramos matemáticos mais utilizados na ciência incluem o cálculo e a estatística, apesar de virtualmente cada ramo da Matemática ter aplicações, mesmo áreas "puras" tais como a teoria numérica e a topologia. A Matemática prevalece mais na Física, e menos em Química e algumas ciências sociais.
Alguns pensadores vêem os matemáticos como cientistas, considerando os experimentos físicos como não essenciais ou as provas matemáticas como equivalentes a experimentos. Outros não vêem a Matemática como ciência, já que ela não requer teste experimental de suas teorias e hipóteses. Em qualquer caso, o fato de que a Matemática é uma ferramenta útil na descrição do universo é uma questão da Filosofia da Matemática.
Richard Feynman disse "A Matemática não é real, mas se sente real. Onde é esse lugar?", enquanto que a definição favorita de Bertrand Russell sobre a Matemática é "o assunto no qual nunca sabemos do que estamos falando nem se o que estamos dizendo está certo."
Objetivos
A ciência não se considera dona da verdade absoluta e inquestionável. A partir do racionalismo crítico, todas as suas verdades podem ser quebradas, bastando apenas um pingo de evidência. A ciência tira conclusões da realidade através de observações da natureza.
A ciência não é uma fonte de julgamentos de valores subjetivos, apesar de poder certamente tratar de casos de ética e política pública ao enfatizar as prováveis conseqüências das ações. O que alguém projeta a partir de hipóteses científicas atuais mais racionais, adentrando outros reinos de interesse, não é um tópico científico e o método científico não oferece qualquer assistência para quem deseja fazê-lo dessa maneira. A justificativa científica (ou refutação) para muitas coisas é, ao contrário, frequentemente exigida. Claro que o valor dos julgamentos são intrínsecos à ciência. Por exemplo, os valores verdadeiros e o conhecimento da ciência.
O objetivo subjacente ou propósito da ciência para a sociedade e indivíduos é o de produzir modelos úteis da realidade. Tem-se dito que é virtualmente impossível fazer inferências dos sentidos humanos que realmente descrevem o que "é". Por outro lado, como dito, a ciência pode fazer predições baseadas em observações. Essas predições geralmente beneficiam a sociedade ou indivíduos humanos que fazem uso delas, por exemplo, a física Newtoniana, e em casos mais extremos a relatividade, nos permite predizer qualquer coisa do efeito de um movimento que uma bola de bilhar terá em outras até coisas como trajetórias de sondas espaciais e satélites. As ciências sociais nos permite predizer (com acurácia limitada até agora) coisas como a turbulência econômica e também para melhor entender o comportamento humano a fim de produzir modelos úteis da sociedade e trabalhar mais empiricamente com políticas governamentais. A Química e a Biologia juntas têm transformado nossa habilidade em usar e predizer reações e cenários químicos e biológicos. Nos tempos modernos, essas disciplinas científicas segregadas (notavelmente as duas últimas) estão sendo mais utilizadas conjuntamente a fim de produzir modelos e ferramentas mais complexas.
Em resumo, a ciência produz modelos úteis os quais nos permitem fazer predições mais úteis. A ciência tenta descrever o que é, mas evita tentar determinar o que é (o que é impossível para razões práticas). A ciência é uma ferramenta útil… é um corpo crescente de entendimento que nos permite identificarmo-nos mais eficazmente com o meio ao nosso redor e a melhor forma de adaptarmo-nos e evoluirmos como um todo social assim como independentemente.
O individualismo é uma suposição tácita subjacente a muitas bases empíricas da ciência que trata a ciência como se ela fosse puramente uma forma de um único indivíduo confrontar a natureza, testando e predizendo hipóteses. De fato, a ciência é sempre uma atividade coletiva conduzida por uma comunidade científica. Isso pode ser demonstrado de várias maneiras, talvez o resultado mais fundamental e trivial proveniente da ciência seja comunicada com a linguagem. Então, os valores das comunidades científicas permeiam a ciência que elas produzem.
Filosofia da ciência
Ver artigo principal: Filosofia da ciência A eficácia da Ciência a tornou assunto de questionamento filosófico. A filosofia da ciência busca entender a natureza e a justificação do conhecimento científico e suas implicações éticas. Tem sido difícil fornecer uma explicação do método científico definitiva que possa servir para distinguir a ciência da não-ciência. Com isso há argumentos legítimos sobre exatamente onde estão os limites da ciência, que é conhecido como problema da demarcação. Há, no entanto, um conjunto de preceitos principais que possuem um consenso entre os filósofos da ciência e dentro da comunidade científica. Por exemplo, é universalmente aceito que deve ser possível testar independentemente as hipóteses e teses científicas de outros cientistas para que sejam aceitas pela comunidade científica.
Há diferentes escolas do pensamento na filosofia do método científico. O naturalismo metodológico mantém que a investigação científica deve aderir aos estudos empíricos e verificação independente como processo para desenvolver e avaliar apropriadamente as explicações naturais de fenômenos observáveis.[11] Desse modo o naturalismo metodológico rejeita explicações sobrenaturais, argumentos de autoridades e estudos observacionais tendenciosos. O racionalismo crítico por outro lado afirma que a observação não tendenciosa não é possível, e que a demarcação entre explicações naturais e sobrenaturais é arbitrária; no lugar deste critério ela propõe a falseabilidade como o limite das teorias empíricas e falsificação como o método empírico universal. O racionalismo crítico argumenta que a habilidade da ciência em aumentar o escopo do conhecimento testável. Ele propõe que a ciência deveria se contentar com a eliminação racional dos erros em suas teorias, não em buscar a sua verificação (como afirmar certeza ou prova e contra-prova provável; tanto a proposta como a falsificação de uma teoria são apenas um caráter metodológico, conjectural e tentador no racionalismo crítico).[12] O instrumentalismo rejeita o conceito de verdade e enfatiza apenas a utilização das teorias como instrumentos para explicar e predizer fenômenos.[13]
Classificações Ciências factuais e formais, e ciências naturais e sociais
Ver artigos principais: Ciências empíricas e Ciências formais. Ver artigos principais: Ciências naturais e Ciências sociais. Uma das classificações mais básicas da ciência é através do objeto de estudo delas. Deste modo há a divisão entre estudo de ideias (ciências formais) e estudo das coisas (ciências empíricas). Por sua vez as ciências empíricas se dividem em duas classificações: ciências naturais, que estudam a natureza, e ciências sociais, que estudam o homem.
As ciências formais estudam as ideias, ou seja, o estudo de processos puramente lógicos e matemáticos. São objetos de estudo das ciências formais os sistemas formais, como por exemplo, a lógica, matemática, teoria dos sistemas e os aspectos teóricos da ciência computacional, teoria da informação, microeconomia, teoria da decisão, estatística e linguística.
As ciências empíricas (também chamadas de reais, fáticas ou factuais) se encarregam de estudas os feitos auxiliando-se na observação e na experimentação. Essas ciências estudam feitos que ocorrem na realidade e, consequentemente, precisam usar o exame de evidência empírica para comprová-los.
As ciências naturais estudam o universo, que é entendido como regulado por regras ou leis de origem natural, ou seja, os aspectos físicos e não humanos. Isso inclui os subcampos Astronomia, Biologia, Física, Química, Geografia e Ciências da Terra.
As ciências sociais estudam os aspectos sociais do mundo humano, ou seja, a via social de indivíduos e grupos humanos. Isso inclui Antropologia, Estudos da comunicação, Economia, Geografia humana, História, Linguística, Ciências políticas, Psicologia e Sociologia.
Ciências puras e aplicadas
Ver artigos principais: Ciências puras e Ciências aplicadas. Esta classificação envolve a finalidade dos estudos, com duas divisões: ciências puras (ou ciências fundamentais), que estudam os conceitos básicos do conhecimento, e as ciências aplicadas, que estudam formas de aplicar o conhecimento humano para coisas úteis para ele.
As ciências puras ou ciências fundamentais são a parte da ciência que descreve os mais básicos objetos, forças e relações entre eles e as leis que os governam, como por exemplo que todos os outros fenômenos podem ser em princípio ser derivados desses, seguindo a lógica do reducionismo científico. Há uma diferença entre ciência pura e ciência aplicada. As ciências puras, em contraste com as ciências aplicadas, são definidas como o conhecimento básico que elas desenvolvem. A ciência básica é o coração de todas as descobertas, e o progresso é feito em experimentos bem controlados. A ciência pura é dependente de deduções a partir de verdades demonstradas, ou estudos sem preocupação com aplicações práticas.
As ciências aplicadas visam a aplicação do conhecimento para a solução de problemas práticos. As ciências aplicadas são importantes para o desenvolvimento tecnológico. Seu uso no cenário industrial é normalmente referenciado como pesquisa e desenvolvimento (P&D).
Ciências exatas e inexatas
Ver artigos principais: Ciências exatas e Ciências inexatas. Esta classificação divide as ciências de acordo com o grau de precisão dos seus resultados. As ciências exatas produzem resultados mais precisos, enquanto as ciências inexatas resultados nem tão precisos.
Uma ciência exata é qualquer campo da ciência capaz de expressões quantitivas e predições precisas e métodos rigorosos de testar hipóteses, especialmente os experimentos reprodutíveis envolvendo predições e medições quantificáveis. Matemática, Física, Química, assim como partes da Biologia, Psicologia, e outras ciências sociais podem ser consideradas ciências exatas nesse sentido.
Ciências duras e moles
Ver artigos principais: Ciências duras e Ciências moles. Os campos de estudo podem ser distingüidos em ciências duras e ciências moles, e esses termos às vezes são considerados sinônimos dos termos ciência natural e social (respectivamente). Os proponentes dessa divisão argumentam que as "ciências moles" não usam o método científico, admitem evidências anedotais ou não são matemáticas, todas somando uma "falta de rigor" em seus métodos. Os oponentes dessa divisão das ciências respondem que as "ciências sociais" geralmente fazem sistemáticos estudos estatísticos em ambientes estritamente controlados, ou que essas condições são aderidas nem pelas ciências naturais (por exemplo, a Biologia Comportamental depende do trabalho de campo em ambientes não controlados, a Astronomia não pode realizar experimentos, apenas observar condições limitadas).
Os oponentes dessa divisão também enfatizam que cada uma das atuais "ciências duras" sofreram uma similar "falta de rigor" em seus primórdios.
Ciências nomotéticas e ideográficas
Ver artigos principais: Ciências nomotéticas e Ciências ideográficas.
Wilhelm Windelband, primeiro a esboçar a distinção entre ciência monotética e idiográfica.Uma outra classificação das ciências se apoia sobre os métodos estudados. O primeiro esboço desta distinção é atribuído ao filósofo alemão do século XIX Wilhelm Windelband. Uma primeira distinção desta ordem pode ser feita entre as ciências nomotéticas e as ciências ideográficas
As ciências nomotéticas são baseadas no coletivismo metodológico, e se preocupam em estabelecer leis gerais para fenómenos susceptíveis de reproduzir-se, com o objetivo final de conhecer o universo. Fazem parte destas ciências a Física e a Biologia, mas também algumas ciências sociais como a Economia, a Psicologia ou mesmo a Sociologia.
As ciências ideográficas são baseadas no individualismo metodológico, e se preocupam em estudar o singular, o único, as coisas que não são recorrentes. Quer seja um facto ou uma série de fatos, a vida ou a natureza de um ser humano ou de um povo, a natureza e o desenvolvimento de uma língua, de uma religião, de uma ordem jurídica ou de uma qualquer produção literária, artística ou científica. O exemplo da História mostra que não é absurdo considerar que o singular pode ser justificável com uma abordagem científica.
Campos interdisciplinares
Ver artigo principal: Interdisciplinaridade O termo "ciência" é às vezes usado de forma não usual para campos novos e interdisciplinares que fazem uso de métodos científicos ao menos em parte, e que em qualquer caso aspiram ser explorações cuidadosas e sistemáticas de seus assuntos, incluindo a ciência da computação, a ciência da informação e a ciência ambiental.
Comunidade científica
A comunidade científica consiste no corpo de cientistas, suas relações e interações. Ela é normalmente dividida em "sub-comunidades" cada uma trabalhando em um campo particular dentro da ciência.
Instituições
A sociedade científica para a comunicação e promoção de ideias e experimentações científicas tem existido desde o período da Renascença.[14] A mais antiga instituição que ainda existe atualmente é a Accademia dei Lincei na Itália.[15] As academias de ciência nacionais são instituições especiais que existem em vários países, começando com a inglesa Royal Society em 1660[16] e a francesa Académie des Sciences em 1666.[17]
Organizações científicas internacionais, como International Council for Science, tem sido formadas para promover a cooperação entre as comunidades científicas de diferentes países. Mais recentemente, agências governamentais influentes tem sido criadas para dar suporte à pesquisa científica, incluindo a National Science Foundation nos Estados Unidos.
Outras organizações incluem a National Scientific and Technical Research Council na Argentina, as academias de ciências nos vários países, CSIRO na Austrália, Centre national de la recherche scientifique na França, Deutsche Forschungsgemeinschaft na Alemanha, CSIC na Espanha e Academia de Ciências da Rússia.
Literatura
Ver artigos principais: Literatura científica, Divulgação científica. Ver página anexa: Anexo:Lista de publicações em ciência São publicadas literaturas científicas de vários tipos.[18] As revistas científicas comunicam e documentam os resultados de pesquisas feitas em universidades e nas várias instituições de pesquisa, servindo como um arquivo de registro da ciência. A primeira revista científica, Journal des Sçavans seguida pela Philosophical Transactions, começou sua publicação em 1665. Desde essa época o número total de periódicos ativos tem aumentado constantemente. Em 1981, uma estimativa do número de revistas científicas e técnicas resultou em 11.500 publicações.[19] Atualmente o Pubmed lista quase 40.000 publicações apenas sobre as ciências médicas.[20]
A maioria das revistas científicas cobre um único campo científico e publica as pesquisas dentro desse campo. A ciência tem se tornado tão penetrante na sociedade moderna que normalmente é considerado necessário comunicar os feitos, notícias e ambições dos cientistas para um número maior de pessoas.
As revistas como a NewScientist, Science & Vie e Scientific American são dirigidas ao público leigo; são feitas para um grupo maior de leitores e provêem um sumário não-técnico de áreas populares de pesquisa, incluindo descobertas e avanços notáveis em certos campos de pesquisa. Os livros científicos trabalham com o interesse de muito mais pessoas. Do outro lado, o gênero literário da ficção científica, fantástica por natureza, trabalha com a imaginação do público e transmite as ideias, e às vezes os métodos, da ciência.
Esforços recentes para intensificar ou desenvolver links entre disciplinas científicas e não-científicas como a Literatura ou, mais especificamente, a Poesia, incluem a pesquisa Ciência da Escrita Criativa desenvolvida pelo Royal Literary Fund.[21]
Ciência e sociedade
Ciência e pseudociências Na definição de ciência ressalta-se explicitamente que não se admite, por princípio, entidades e causas sobrenaturais como elementos responsáveis pelos fenômenos naturais ou sociais, pois, neste caso, haveria um lapso na causalidade inerente ao Método Científico (e ao mundo natural), estando as relações de causa-efeito então sujeitas às "vontades imprevisíveis" das entidades e forças sobrenaturais, não sendo as mesmas, então, testáveis ou falseáveis pelo próprio Método Científico, espinha dorsal do que se chama por princípio ciência.
Ciência ou técnica?
A técnica (grego antigo τέχνη, technê, que significa arte, ofício "knowhow") "refere-se às aplicações da ciência, do conhecimento científico ou teórico, nas realizações práticas e nas produções industriais e económicas".[22] A técnica cobre assim o conjunto dos métodos de fabrico, de manutenção, de gestão, reciclagem, e de eliminação dos desperdícios, que utilizam métodos procedentes de conhecimentos científicos ou simplesmente métodos ditados pela prática de certos ofícios e inovações empíricas. Pode-se então falar de arte, no seu sentido primeiro, ou de ciência aplicada. A ciência é, por outro lado, um estudo mais abstracto. Assim a epistemologia examina designadamente as relações entre a ciência e a técnica, como a articulação entre o abstraído e o "knowhow". No entanto, historicamente, a técnica veio primeiro.. "O homem foi homo-faber, antes de ser homo-sapiens", explica o filósofo Bergson. Contrariamente à ciência, a técnica não tem por vocação interpretar o mundo, está lá para transformá-lo, a sua vocação é prática e não teórica.
A técnica frequentemente é considerada como se fizesse parte integrante da história das ideias ou da história das ciências. No entanto, é necessário efetivamente admitir a possibilidade de uma técnica não-científica, isto é, evoluindo fora de qualquer corpo científico e que resume as palavras de Bertrand Gille: "o progresso técnico só é feito por uma soma de erros que resultaram em alguns espectaculares sucessos". A técnica, na acepção de conhecimento intuitivo e empírico da matéria e as leis naturais, é assim a única forma de conhecimento prático.
Artes e ciência
Ver artigo principal: Arte científica
A Expulsão de Adão e Eva do Jardim de Eden, antes e depois de sua restauração.[nota 3]Hervé Fischer fala, no livro A sociedade sobre o divã (2007), de uma nova corrente artística que usa a ciência e as suas descobertas como inspiração, como as biotecnologias, as manipulações genéticas, a inteligência artificial, a robótica. Além disso, o tema da ciência foi frequentemente a origem de quadros ou de esculturas. O movimento futurista, por exemplo, considera que o campo social e cultural devem racionalizar-se.
Por último, as descobertas científicas ajudam os peritos em arte. O conhecimento da desintegração do carbono 14, por exemplo, permite datar as obras. O laser permite restaurar, sem danificar as superfícies, os monumentos. O princípio da síntese aditiva das cores restaura autocromos. As técnicas de análise físico-químicos permitem explicar a composição dos quadros, ou mesmo descobrir palimpsestos. A radiografia permite sondar o interior de objetos ou de peças sem poluir o mesmo. O espectrográfico é utilizado, por último, para datar e restaurar os vitrais.[nota 4]
Cientificismo ou religião da ciência
Ver artigo principal: Cientificismo O cientificismo é uma ideologia que surgiu no século XVIII, segundo a qual o conhecimento científico permitiria escapar da ignorância e por conseguinte, de acordo com a fórmula de Ernest Renan no livro Futuro da ciência, de "organizar cientificamente a humanidade".
Ele então age através da fé na aplicação dos princípios da ciência. Para vários detratores[nota 5] há uma verdadeira religião da ciência, particularmente no Ocidente. Sob acepções menos técnicas, o cientificismo pode ser associado à ideia que só os conhecimentos cientificamente estabelecidos são verdadeiros. Pode também causar um certo excesso de confiança na ciência que transformar-se-ia em dogma. A corrente do ceticismo científico, que se inspira do ceticismo filosófico, tenta apreender eficazmente a realidade pela tendência em inquéritos e em experiências que se apóiam no método científico, e tem por objetivo contribuir para a formação em cada indivíduo de uma capacidade de apropriação crítica do saber humano, combatendo assim o cientificismo.
Para certos epistemologistas, o cientificismo aparece de todas as formas. Robert Nadeau, apoiando-se sobre um estudo realizado em 1984,[23] considera que a cultura escolar é constituída de clichés epistemológicos que formariam uma espécie de mitologia dos tempos modernos que seria uma espécie de cientificismo.[24] Estes clichés incluem a história da ciência, resumida e reduzida à descobertas que balizam o desenvolvimento da sociedade, e as ideias que consideram que as leis, e mais geralmente os conhecimentos científicos, são verdades absolutas e últimas, e que as provas científicas são não menos absolutas e mais definitivas mesmo que, de acordo com Thomas Kuhn, não cessem de sofrer revoluções e inversões.
Por último, foi sobretudo a Sociologia do conhecimento, nos anos 1940 à 1970, que pôs termo à hegemonia cientificismo. Os trabalhos de Ludwig Wittgenstein, Alexandre Koyré e Thomas Kuhn, demonstraram a incoerência do positivismo. As experiências não constituem, com efeito, provas absolutas das teorias, e os paradigmas estão destinados à desaparecer.
Vulgarização científica
Uma demonstração de uma experiência na Gaiola de Faraday no museu Palais de la découverte, Paris.A vulgarização é o fato de tornar acessíveis as descobertas, bem como o mundo científico, à todos e numa linguagem adaptada.
A compreensão da ciência pelo grande público é objeto de estudos; os autores falam de Public Understanding of Science (expressão consagrada na Grã-Bretanha, ciência literacy nos Estados Unidos) e cultura científica na França. Segundo os senadores franceses Marie-Christine Blandin e Ivan Renard este é um dos principais vetores da democratização e da generalização do saber.[25] Em várias democracias, a vulgarização da ciência está entre projetos que misturam diferentes atores econômicos, institucionais e políticos. Na França, a Educação Nacional tem por missão sensibilizar o aluno à curiosidade científica, através de conferências, de visitas regulares ou de ateliers de experimentação. A Cité des sciences et de l'industrie é um estabelecimento público que coloca à disposição de todos exposições sobre as descobertas científicas, enquanto que o Centre de culture scientifique, technique et industrielle tem "por missão favorecer as trocas entre a comunidade científica e o público".[26] Futuroscope, Vulcania e Palais de la découverte são outros exemplos de disponibilização de conhecimentos científicos. Os Estados Unidos também possuem instituições que possibilitam uma experiência mais acessível através dos sentidos e que as crianças podem experimentar, como o Exploratorium[27] de São Francisco.
A vulgarização concretiza-se, por consequência, através das instituições e dos museus, mas também, de acordo com Bernard Schiele no livro Les territoires de la culture scientifique,[28] através das animações públicas, como a Nuit des étoiles, de revistas, e de personalidades (Hubert Reeves para a astronomia).
Ciências ao serviço da ideologia e da guerra
O laser é a origem de uma das descobertas militares.Durante a Primeira Guerra Mundial, as ciências foram utilizadas pelo Estado a fim de desenvolver novas armas químicas e desenvolver estudos balísticos. Houve o nascimento da economia de guerra, que se apoia sobre métodos científicos. O OST, ou Organização Científica do Trabalho, de Frederick Winslow Taylor, é um esforço de melhorar a produtividade industrial graças à emissão das tarefas autorizada nomeadamente pela cronometragem. No entanto, foi durante a Segunda Guerra Mundial que a ciência passou a ser utilizada para fins militares. As armas secretas da Alemanha nazista como o V2 ou o radar estão no centro das descobertas desta época.
Todas as disciplinas científicas são assim dignos de interesse para os governos. O rapto de cientistas alemães no fim da guerra, quer pelos soviéticos, quer pelos americanos, faz nascer a noção de guerra dos cérebros, que culminará com a corrida armamentista da Guerra Fria. Este período é com efeito o que tem contado com o maior número de descobertas científicas, nomeadamente a bomba atómica, e em seeguida a bomba de hidrogénio. Numerosas disciplinas nascem da abordagem no domínio militar, como a criptografia informática ou a bacteriologia, para a guerra biológica. Amy Dahan e Domínica Pestre[29] explica assim, a propósito de este período de investigações desenfreadas, que ele se trata de um regime epistemológico específico. Comentando o seu livro, Loïc Petitgirard explica: "Este novo regime de ciência é caracterizado pela multiplicação das novas práticas e as relações sempre mais estreitas entre ciência, Estado e sociedade."[30] A concepção deste que nomeia então o complexo militar-industrial aparece em relação muito íntima com o política.[nota 6]
A partir de 1945, com a constatação do aumento das tensões devido à oposição dos blocos capitalistas e comunistas, a guerra torna-se si própria o objeto da ciência: o polemologia.
Por último, se a ciência está por definição neutra, ela permanece à mercê dos homens, e às ideologias dominantes. Assim, de acordo com os sociólogos relativistas Barry Barnes e David Bloor da Universidade d' Edimburgo, as teorias são abordagens aceitas no poder político.[nota 7] Uma teoria se imporia então não porque é verdadeira mas porque é defendida pelo mais forte. Em outros termos, a ciência seria, se não uma expressão elitista, uma opinião majoritária reconhecida como uma verdade científica. A Sociologia das ciências assim se interessa, a partir dos anos 1970, à influência do contexto macrosocial sobre o espaço científico. Robert King Merton mostrou, em Elementos da teoria e do método sociológico (1965) as relações estreitas entre o desenvolvimento da Royal Society, fundada em 1660, e a ética puritana dos seus atores. Para ele, a visão do mundo protestants da época permitiu o crescimento do campo científico.
Ciência e religião
Ver artigo principal: Relação entre ciência e religião O pensamento religioso e o pensamento científico perseguem objetivos diferentes, mas não opostos. A ciência procura saber como o universo existe e funciona desta maneira. A religião procura saber porque o universo existe e funciona desta maneira. Os conflitos entre a ciência e a religião produzem-se quando um dos dois pretende responder às questões atribuídas ao outro.
No entanto, para os sociólogos e etnólogos, como Emile Durkheim, a fronteira que separa a ciência do pensamento religioso não é impermeável. No livro Nas Formas elementares da vida religiosa (1912), Durkheim mostra que os quadros de pensamento científico como a lógica ou as noções de tempos e de espaço encontram a sua origem nos pensamentos religiosos e mitológicos.
Contudo, apesar deste parentesco, os discursos científico e teólogos frequentemente chocaram-se na história. No cristianismo, o processo de Galileu Galilei, em 1633, marca o divórcio do pensamento científico e o pensamento religioso,[nota 8] iniciado pela execução de Giordano Bruno em 1600.[31] O Concílio de Niceia de 325 tinha instaurado na Igreja o argumento dogmático segundo o qual Deus tinha cria o céu e a terra em sete dias. Contudo, explicações científicas foram possíveis a partir deste credo, que não se pronunciava sobre a produção do mundo. Esta lacuna teológica permitiu certa atividade científica até a Idade Média, entre as quais a principal foi a Astronomia. Concile de Trinta (1545-1563) autorizou as comunidades religiosas a efetuar investigações científicas. Se o primeiro passo em prol do heliocentrismo (que coloca a Terra em rotação em redor do Sol) é feito pelo Nicolau Copérnico, Galileu defronta-se com a posição da Igreja a favor de Aristóteles, e por conseguinte, do Geocentrismo. Foi necessário esperar que Johannes Kepler prolongasse os trabalhos de Galileu e de Tycho Brahe para fazer aceitar o movimento da Terra. A separação definitiva entre ciência e religião é consumada no século XVIII, durante o Iluminismo.
Na maioria das outras religiões, a ciência também não é oposta à religião. No Islamismo, a ciência é favorecida porque ela não existe clero instituído; além disso, o mundo é visto como um código a decifrar para compreender as mensagens divinas. Assim, na Idade Média, a ciência árabe-muçulmana prosperou e desenvolveu a Medicina, a Matemática e principalmente a Astronomia.
No século XIX os cientistas afirmam que a ciência é a única que pode explicar o universo e que a religião é o "ópio do povo", como diria mais tarde Karl Marx, que fundou a visão materialista. Os sucessos científicos e técnicos, que melhoram a civilização e a qualidade de vida, se somam ao progresso científico e batem de frente com os dogmas religiosos em sua totalidade. As teorias da Física (principalmente a Teoria quântica) e da Biologia (com a Teoria da evolução de Charles Darwin), as descobertas da Psicologia (pela qual o sentimento religioso é um fenômeno interno ou mesmo neurológico), superam as explicações místicas e espirituais. Contudo, muitos religiosos, como Pierre Teilhard de Chardin e Georges Lemaître, tentam combinar as explicações científicas e a ontologia religiosa. A encíclica Fides et ratio (1993), do Papa João Paulo II, reconhece que a religião cristã e a ciência são dois modos de explicar o mundo.
No século XX, a confrontação dos partidários da teoria da evolução e dos criacionistas, frequentemente procedentes das correntes religiosas mais radicais, cristalizam o difícil diálogo da fé e da razão. "O processo do macaco" (a propósito da "ascendência" do homem) ilustra assim um debate permanente na sociedade..[nota 9] Por último, alguns filósofos e epistemólogos interrogam-se sobre a natureza da relação entre as duas instituições. O paleontólogo Stephen Jay Gould em que Darwin seja! fala de dois magistérios, cada um permanecendo mestre do seu território mas não se intrometendo nos assuntos do outro, enquanto que Bertrand Russell menciona na sua obra Ciência e religião os conflitos entre os oponentes.
Uso e influência na sociedade
A ciência é praticada em universidades e outros institutos científicos assim como no campo; por si só é uma vocação sólida na academia, mas também é praticada por amadores, que tipicalmente engajam-se na parte de observação da ciência. Trabalhadores de laborátórios de pesquisa corporativos também praticam ciência, apesar de seus resultados serem geralmente considerados segredo de mercado e não são publicados em jornais públicos. Cientistas corporativos e universitários geralmente cooperam, com os últimos concentrando-se em pesquisas básicas e os primeiros aplicando seus achados em uma tecnologia específica de interesse da companhia. Indivíduos envolvidos no campo da educação da ciência argumentam que o processo da ciência é realizado por todos os indivíduos quando aprendem sobre seu mundo.
Dado o caráter universal da ciência, sua influência se estende a todos os campos da sociedade, desde o desenvolvimento tecnológico aos modernos problemas jurídicos relacionados com campos da medicina ou genética. Algumas vezes a investigação científica permite abordar temas de grande impacto social como o Projeto Genoma Humano, e temas de implicações morais como o desenvolvimento de armas nucleares e a clonagem.
Ainda assim, a investigação científica moderna requer, às vezes, em ocasiões importantes, grandes investimentos em instalações com aceleradores de partícula (CERN), a exploração do Sistema Solar ou a investigação da fusão nuclear em projetos como ITER. Em todos esses casos é desejável que os avanços científicos alcançados sejam levados à sociedade.
Em todos os casos é desejável que os avanços científicos adquiridos cheguem à sociedade. Os métodos da ciência são praticados em muitos lugares para atingir metas específicas. Por exemplo:
Controle de qualidade em fábricas de manufatura (por exemplo, um microbiólogo em uma fábrica de queijo assegura que as culturas contêm as espécies apropriadas de bacterias). Obtenção e processamento de evidências da cena do crime (ciência forense). Monitoramento conforme às leis ambientais. Realização de exames médicos para ajudar os médicos a avaliar a saúde de seus pacientes. Investigação de causas de um desastre (tais como um colapso em uma ponte ou acidente aéreo).
Críticas e polêmicas
Pseudociência, Ciência das fronteiras, e Ciência lixo Ver artigos principais: Pseudociência, Ciência das fronteiras, Ciência lixo, Ciência do Culto à carga e Fraude científica. Uma área de estudos ou especulação mascarada como ciência em uma tentativa de alegar uma legitimidade que de outro modo não seria possível conseguir é por vezes chamada de Pseudociência, ciência das fronteiras, ou "ciência alternativa". Outro termo, ciência lixo, é às vezes usado para descrever hipóteses ou conclusões científicas que, embora possam ser legítimas por si só, se acredita que sejam usadas para dar suporte a uma posição que não é vista como legítima pela totalidade das evidências. Uma variedade de propagandas comerciais, indo da campanha publicitária à fraude, pode entrar nessa categoria. Pode também ter um elemento de tendência política ou ideológica nos dois lados desses debates. Às vezes uma pesquisa pode ser caracterizada como "ciência ruim", uma pesquisa que é bem-intencionada mas é vista como incorreta, obsoleta, incompleta, ou com uma exposição muito simplificada de ideias científicas. O termo "fraude científica" se refere à situações em que os pesquisadores intencionalmente representaram incorretamente suas informações publicadas, ou deram crédito pela descoberta propositalmente para a pessoa errada.
Mídia e debate científico
A mídia de massa enfrenta algumas pressões que a previnem de escolher mais corretamente qual das alegações científicas possui maior credibilidade dentro da comunidade científica como um todo. Determinar o quão forte é cada um dos lados de um debate científico requer um conhecimento considerável sobre o assunto.[32] Poucos jornalistas possuem um conhecimento científico real, e mesmo repórteres especializados no assunto, que sabem muito sobre determinada questão científica, podem saber pouco sobre outras questões que de repente eles precisem cobrir.[33][34]
Política
Muitas questões danificam o relacionamento da ciência com a mídia e o uso da ciência e argumentos científicos por políticos. Generalizando, muitos políticos procuram certezas e fatos enquanto os cientistas normalmente oferecem probabilidades e advertências. Entretanto, a habilidade dos políticos de serem ouvidos pela mídia de massa frequentemente distorce o entendimento científico para o público. Exemplos na Inglaterra incluem a controvérsia sobre a inoculação MMR e a resiginação forçada em 1988 do ministro Edwina Currie por revelar a alta probabilidade que dos ovos batidos conterem Salmonella.[35]
Críticas filosóficas
O historiador Jacques Barzun designou a ciência como "uma fé tão fanática como qualquer outra na história", e alertou contra o uso do pensamento científico para suprimir considerações sobre o significado da existência humana.[36] Muitos pensadores recentes, como Carolyn Merchant, Theodor Adorno e E. F. Schumacher, condiraram (?) que a revolução científica no século XVII mudou o foco da ciência de estudar e entender a natureza ou sabedoria, passando a focar em questões sobre manipulação da natureza, e esta nova ênfase da ciência levou inevitavelmente à manipulação das pessoas.[37] O focus da ciência em medições quantitativas levaram a críticas que ela é incapaz de reconhecer os importantes aspectos qualitativos do mundo.[37]
O psicologista Carl Jung acreditava que apesar da ciência tentar entender toda a natureza, o método experimental usado iria impor questões artificiais e condicionais que evocariam apenas respostas parciais.[38] David Parkin comparou a estância epistemológica da ciência com a divinação.[39] Ele sugeriu que, assim como a divinação é um meio epistemológico específico para conseguir introspecção em uma dada questão, a própria ciência pode ser considerada uma forma de divinação moldada pelo ponto de vista oriental da natureza (e com isso as possíveis aplicações) do conhecimento.
Vários acadêmicos têm feito críticas em relação à ética na ciência. No livro Science and Ethics, por exemplo, o filósofo Bernard Rollin examinou a relevância da ética para a ciência, e argumenta a favor de fazer a educação em ética parte do treinamento científico.