Português: Situada no centro histórico da Cidade de Évora o Convento de Nossa Senhora da Graça, da Ordem de Santo Agostinho, remonta a épocas antigas, indocumentadas, mas a sua grandiosidade arquitectónica deveu-se a D. João III e aos condes de Vimioso D. Francisco de Portugal e D. Joana de Vilhena, nos primeiros anos da década de 1530, quando a corte do Piedoso estagiava na Cidade.
Os titulares padroeiros tiveram jazida na Capela-mor, em mausoléus cinzelados pelo escultor francês Chanterene, que, igualmente, lavrou as janelas perspectivadas, os frisos de magníficos medalhões clássicos e, provavelmente, os atlantes do pórtico, infelizmente deteriorados pela acção do tempo.
A igreja, o primeiro exemplo da Renascença ensaiado na Província, inspirado em protótipo romano, paladiano ou bramantino, teve como mestres de obras – segundo se admite Miguel de Arruda e Diogo de Torralva.
Na comunidade viveram duas figuras de notória projecção na Cultura Portuguesa: a poetisa Pública Hortênsia de Castro, que teve sepultura no claustro (1595), e o escritor Padre José Agostinho de Macedo.
O templo sofreu derrocada da abóbada em 1884 e, durante a profanação, foi despojado do recheio sumptuário – altares, imagens, sinos, que se reconstituiu nas igrejas de S. Francisco e Espírito Santo.
O pórtico, granítico, de pesadas colunas dóricas e duplo frontão, está engalanado por panóplias, discos, rosetões flamejantes, anjos e pelas quatro celebérrimas figuras apoiados em globos de fogo, que a lenda afirma representarem os primeiros mártires da Inquisição queimados em Évora no ano de 1537.
O edifício monástico, contrafortado, com varandas e urnas clássicas, severo e alto campanário, mantém, no interior, de valimento artístico, o notável claustro, da ordem toscana e puro exemplar da Renascença, o primitivo refeitório quinhentista, de abóbada de nervagem delicada, e as escadarias revestidas de alizares de azulejos monocromos, com arabescos de azul e branco e de fins do Séc. XVII.
Depois de totalmente restaurado pelos Monumentos Nacionais aqui foi instalada a Messe de Oficiais do Exército Português em Évora, que entrou em funcionamento em 1 de Julho de 1975.